domingo, 24 de julho de 2022

Rios em mim

 Hoje percebo que em mim correm rios,

Tantos, muitos deles subterrâneos.

Existe um riachinho, um dos primeiros,

Que corre triste, melancólico.

Tem rios de águas claras e rios de águas escuras.

Rios límpidos e rios que já foram poluídos.

O que mais me incomoda são os rios enterrados,

Os rios canalizados e represados.

Estes rios, que somem de vista,

Mas que não deixam de correr.

Se eu fico em silêncio, consigo ouvi-los.

Eles cantam e ecoam por dentro.

Imploram para fluírem, destruindo casas,

Vilarejos e cidades inteiras.

Quem errou? O rio ou o humano que o ignorou?

E o que fazer agora?

Desmorono nesta questão.


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