quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Sobre o João.

Oi João,
Olha só como sou seu amigo!
Olha só como estou feliz!
Olha só como eu tenho amigos!
- Você não tem amigos João.
Você diz ser tudo, e não é nada.
Pelo menos é um nada que dá trabalho.
Hoje te deram as costas de novo,
Talvez seja verdade que ninguém goste de conversar com você.
Talvez seja um erro escrever isso sobre uma pessoa.
Mas já parou de pensar,
que todo mundo é um João no final?

Todos estão sorrindo,
Mas choram por dentro.
Já te olharam por cima,
Já te trataram como um verdadeiro nada.
Já te repudiaram, sendo que podiam tentar entender.
Ninguém gosta de entender João, aprende isso.
Todos gostam de sentir.
O que você pensa , é, ou sente não importa.
Infelizmente mais um na multidão.
Multidão de uns.

Todos são assim,
se tapeiam, tentando enganar a si próprios.
Mas não muda.
É a vida.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Não sei

Sentimentos confusos,
cada dia mais confusos,
cada hora mais indecisos,
em cada esquina um novo tom,
em cada rua uma nova cor.

Batimentos cardíacos constantes,
Chuvas que não molham,
Fogo que não queima.

Vozes difusas,
assim como sentimentos,
tão confusas.

Lágrimas não são doces.
Poemas não são textos.
Palavras não são palavras,
São sentimentos.

Solidão de alguns minutos,
ainda é solidão.

Se sentimentos são confusos,
não surpreende que palavras também sejam.

Confusão, lápis jogados,
Papéis caídos,
livros rasgados,
corações corroídos.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Papel

Que estado de espírito estranho,
incoveniente atormenta o corpo,
Quando diante do papel em branco,
Preparo para despejar palavras,
- Não menos incovenientes.

Sabe um segredo?
Poeta não chora.
Não ri de verdade.
Não vive o agora,
Não sente saudade.
Apenas ama.
O resto é fingimento.
Maldito fingidor.
Não finge porque quer.
Pra mim, soa castigo.

Tudo que sente precisa ir para o papel.
Senão enche o peito.
Desespero.
Não pode chorar ou sorrir pra aliviar.
Escreve.
Escravo.
Escritor.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Sobre mim

Percebi que todas minhas palavras são mudas,
Minhas músicas prediletas continuam sendo as mesmas,
Meus autores preferidos não mudaram,
Meus amigos... ah! Esses sim ficaram diferentes.
Alguns sumiram, outros apareceram, e uns dois ou três continuaram.
Apesar de tudo parecer igual,
Meus gostos a cada dia tomam uma nova forma,
Tive cachorros que morreram e por isso hoje tenho outro.
Pessoas amadas morreram, outras nasceram.
Namoradas passaram, outras vieram.
Compreendi, por isso que mulher não se entende, se sente.
Nunca esqueci que crianças gostam de brinquedos
- Prometi a mim mesmo quando pequeno não deixar de lembrar;
Sei que pessoas são diferentes, e isso precisa se respeitar,
Aprendi que quanto mais se exibe o amor, mais se é desprezado.
Assustei, tentando entender porque ninguém gosta do agradável.
A Felicidade ainda não existe.
- Muito boa para pobres mortais ainda tão imperfeitos.
A ciência muda. E porque não? A surda também muda.
Tudo passa. Você passa. Sua juventude passa. A dor também passa.
- Por isso seja bem vindo aos álbuns de fotografia de família do futuro.
Meus erros? Escondo. Mas guardo em um lugar que eu sempre me lembre deles. Sempre.
Não me esqueço de errar. Errar não é tao ruim assim.
Gosto de dormir e acordar tarde. Embora me sinta bem quando acordo cedo.
Não sei se ronco. Nunca escutei.
Gosto do Sol, desde que não me queime a pele.
Espero ansiosamente o fim de tudo,
E quando este chega quero voltar ao começo.
E sou essa bagunça.