domingo, 14 de março de 2010

Pedra

Não sei o que foi feito de mim.
Eu estava aqui agora pouco,
agora já "estou" outro.
Penso que não sou ninguém,
eu estou alguém.

Quantos de mim ficaram pelo caminho,
E a cada instante vão ficando.
Ainda me lembro quando era um menino,
Corajoso e disposto a mudar o mundo!
Viajar, pisar em terras desconhecidas,
sentir o mais puro amor eterno,
Conquistar o mar e ir ao espaço!

As pessoas sabem pisar nos sonhos alheios.
Ah! E como sabem!
Não as julgo, vivem da realidade
- na sua intrínseca essência.
Mas a realidade é uma pedra.
Seja no caminho ou no acostamento.
A pedra é morta, feia e geométrica.

Da pedra aproveito os sentidos,
Essa incompreensível forma de engolir a vida.
Dançar como os antigos faziam ao som dos tambores,
Tentar o mais próximo possível do êxtase.

Mas depois de tudo, sempre dormimos.
Seja por um tempo ou para sempre.
"Eta vida besta, meu Deus!"

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