sábado, 28 de agosto de 2010

Quase

Eu que gosto de café forte,
De música alta,
de pimenta do reino,
de leite com açúcar e Toddy.

Eu que sempre tento tocar extremos,
Ter tudo ou ter nada,
Viver nos limites.

Tenho quase uma vida feliz,
Se não fosse por uns e outros detalhes,
Sou quase um bom amigo,
Se tivesse mais tempo para cultivar amizades.
Sou quase um bom amante,
Se eu não matematizasse tudo.

Fui quase tudo.
Continuo sendo quase.

Não gosto de café quase forte,
Nem de pimenta pouco apimentada,
Não gosto de quase beijos,
Nem de amor quase intenso.
Quero tudo!
Por inteiro!
Mas, sou tudo quase nada.

domingo, 8 de agosto de 2010

Copos

Meu copo está cheio.
O mesmo copo, que há algum tempo,
esteve coberto por teias e poeira.

É que encheram meu copo.
Deixaram a água na boca,
e ela ainda ondula,
e transborda.
Ela escorre na face de vidro,
- que agora é transparente.

Porém um copo cheio,
se quebra mais fácil, do que um copo vazio.
Eu nunca vi um copo colado com super bonder,
Nem mesmo com durepox.

Até porque copos são baratos.
São substituíveis.
E descartáveis.

Copos se parecem com corações.