segunda-feira, 20 de julho de 2009

Agora

O "agora" é tão rápido, que logo se vai embora.
Ainda procuro saber o que é viver.
Dizem "viva o hoje, viva o agora!"
Momentos. É o que queremos ter.

A vida não para, ela está aí.
quem siga do modo que acha certo.
Eu sigo do modo que penso que dará certo.

É quase imperceptível,
o quanto pulso dentro de ti.
Diria irreconhecível,
mas eu estou aqui.

Posso ser sua treva, seu lado "transtornado",
Mas te juro, não culpes o poeta,
por esse assunto encerrado.

A culpa é do vento, do sol e da tua melodia,
Das cores que vibram na aura, dos sorrisos incertos,
Das nossas lágrimas transformadas em poesia.

O poeta sofre por possuir defeito,
é um ser humano, afinal.
O que importa está no meu, e no seu peito.
Não é tão simples, como este ponto final.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Gripe

Acabo de chegar do médico. Sim, estava apavorado!

Tudo começou quando assisti na televisão os sintomas da nova gripe (Influenza A). O repórter falava da dor de cabeça, de garganta, sem contar dores no corpo, e ainda disse que se a pessoa sentisse falta de ar, o caso era grave.

Fiquei encabulado com essas coisas, foi quando comecei com uma dor de cabeça. Pensei : "Estou passando muito tempo na frente do computador". Logo depois meu corpo inteiro doía. Pensei brincando : "Peguei a gripe suína pela televisão". Passados quinze minutos, já tinha falta de ar, febre, dor de garganta, tosse, e tudo que o diabo poderia arranjar para alguém.

Fiquei preocupado, afinal tive em contato com muitas pessoas, de várias cidades, senão de vários países. Fiquei uma arara. Prometi que se eu morresse, eu iria aprontar uma revolução no céu, ou no inferno (que seja). Não por morrer novo, é por pegar essa gripe sem nem sequer ter saído do meu Estado! Sacanagem! Se pelo menos eu tivesse viajado, conhecido Estados Unidos, Canadá, México... Tudo bem, morreria conformado... Mas não fui nem a Argentina, que é aqui do lado!

Nisso os sintomas iam piorando, tive que me deitar. A cabeça pesando. Até que ligo a televisão, e novamente o mesmo repórter dá mais informações sobre a doença. Diz que a taxa de mortalidade é muito baixa. Fico mais "puto" ainda! Como que me fazem tanto alarde duma doença, se quase ninguém morre com ela? Daqui um mês vamos ter anticorpos para ela, vai ser uma "gripezinha" normal. Até que vejo um ponto bom na história, lembrei daqueles "bons" quarenta dias! Sem precisar de trabalhar, ter obrigações, e talvez ainda iriam fazer compras para mim. Foi quando comecei a fazer uma lista de filmes que gostaria de assistir, de livros para ler, de coisas que gostaria de comer. E caso eu morresse, fiz uma carta deixando meu cachorro para o meu irmão - era tudo que eu tinha.

Feliz, mas com dores, decidi deixar a noite passar, e de manhã procurar um médico para já confirmar minha gripe. Logo de manhã fui atendido. Decepção. O médico me disse que era uma gripe comum, senão uma "gripe psicológica". A gripe suína tinha como sintoma a coriza também. Isso eu não tinha. Briguei com ele. Queria porque queria um exame de sangue. Ele me disse que precisava de um exame psiquiátrico. Não achei engraçado. Fui-me embora. E terminou assim. Sem graça, sem novidades, sem quarentena. Bom, pelo menos estou vivo.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Brasileiro

Tem cor do melado das canas,
Mãos duras com pétreos calos,
Nos pés, um par de havaianas.
Roupas limpas de panos ralos.

Os olhos perdidos em problemas,
Tão tristes, sem alegria.
Máquinas, humanos em algemas.
Não tem sentido, nem primazia.

Dependendendo de boas vontades,
Seguem seus dias na melancolia.
O que fizeram com suas liberdades?
Pintaram-na num quadro outro dia.

Trabalho, suor, contas, e o amanhã.
Jardineiro, Cozinheiro e Caminhoneiro,
Essa é a vida quase vã,
Da profissão Brasileiro.