segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Apenas palavras

Tento alcançar a leveza do ar,
mas minhas palavras são pesos no meu coração.
Tento no seu mundo me amarrar,
mas minhas palavras são asas para a imensidão.

Tão arrogantes e exibicionistas,
Só sabem falar ao seu próprio respeito,
Contrapondo minhas concepções otimistas,
Só vêm para dilacerar o meu peito.

Completando a transmutação,
elas levam consigo pro papel,
acreditando ser a minha salvação,
meu espaço reservado no céu.

Mas ainda cá continuo,
ainda escrevendo como um escravo,
saciando o meu vício para qual isinuo,
rosnando como um cão bravo.

Minha amiga voltou,
e me faz companhia,
Você me machucou,
mas é você quem eu queria.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Insensatez

Descubro coisas que nunca pensei saber.
Sinto sentimentos que nunca pensei amar.
Escrevo palavras que nunca pensei escrever.
Experimento novidades que nunca pensei provar.

Carrego comigo um pedido de perdão,
Do tamanho dos meus erros,
Erros que cometi, e erros que cometerei.
Não tenho medo de errar,
Para o erro existe o perdão.
Aliás, pretendo errar,
Quero sentir a poesia de cada erro.

Perdoe-me aliás, pelas minhas frases desconexas,
Palavras que parecem desligadas,
Faço versos sem sentido, mas nunca sem sentimento.

domingo, 14 de dezembro de 2008

Palavras de um bebum

OH! Não se assuste em vão,
tentei por anos essa proeza,
Queria estar bebado e ouvir meu coração,
quando ele quer destruir a beleza.

Me odeio por tentar rimas idiotas,
alguns irão contar minhas métricas,
Mas venho para fazer notas,
não esculturas geométricas.

Bebum, pude ver as máscaras.
Analisar cada uma bem devagar.
Ninguém sabe disso,
e por isso posso admirar.

Estando neste estado,
faço a alegria das putas,
Abuso do meu vocabulário (imundo),
assim que eu gosto.

Palavras cruas e escapulidas,
não voltam atrás.
Assim como a reputação
dos bebâdos rotineiros.

Experimento a vida boêmia por uma noite,
sinto cada estímulo como se durasse anos.
Não me odeie por isso,
Preciso do seu sorriso para continuar.

Com risadas olho máscaras repetidas - patéticas.
A minha máscara, não tiro.
É minha, e você tem a sua.
Respeitemos o teatro.

Foda-se os certinhos, que criticam minhas palavras,
são minhas, eu escrevo o que eu quero.
Ninguém lê mesmo.
Não faço arte, faço poesia.

Por vezes imundas - humanas,
Alcoolizadas - sem freios,
escrevo o que penso.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Sobre ventos e desvaneios

Não me faz mal,
sentir assim tão desolado,
Assim tão normal,
tão apagado.

Me faz mal,
sentir que desperdiço palavras,
que não servem praticamente pra nada.
Mas que ainda guardo com estima.

Assim como recitar versos de amor,
a uma prostituta.
Assim como sentar-se em um bar,
e falar de paixões e amores.

Elas e eles são têm mais semelhança,
do que julga qualquer vã filosofia.
Quem me entender elas, me entenderá eles.
Não sou difícil de entender,
Sou difícil de explicar.

Contudo, são palavras que nunca serão ouvidas,
Nunca atingem nenhum coração,
Mas que formam meu rebanho,
Nesse pasto-imensidão.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Madrugadas

Madrugadas,
Escuras e frias,
Quando respirar deixa de ser apenas uma tentativa de sobrevivência,
e passa a ser melodia.
Onde o ar deixa de ser apenas parte do ambiente,
para se transformar em instrumento musical.
Quando versos, poemas, pensamentos e filosofias,
abordam e encharcam a mente,
Pedem para formarem a letra da música,
que não canta.
Suspira.

Vezes para a solidão, companheira fiel,
Vezes para pessoas, que são tão momentos quanto figuras nas nuvens no céu.
Vezes para a musa, tão intocável e silenciosa - e fria.

Não são apenas palavras,
são sentimentos,
são meu pedaços,
agora seus.