sábado, 25 de dezembro de 2010

Vácuo

De repente tudo paira no ar,
Tudo flutua imerso na poeira.
O peixe, o barco e o mar.
Todos perdidos na cegueira.

Antes a pressão dos pulmões.
Agora o vácuo (ideal).
Sem vibrações, sem cores, sem som.
Sem enfeites na árvore de Natal.

E tudo perde a razão,
- Não que algo faça sentido.
Mas ouvir o coração,
e amar o que está perdido.

E que ódio tenho do amor!
Que não me deixa uma brecha pro entendimento.
Que só existe, quando existe dor.
Quando razão, é enlouquecimento.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Correndo na chuva

Hoje saí na chuva.
E a chuva saiu em mim.
Lavou o peito,
choveu meus olhos.

Hoje corri na rua.
Senti as pernas, e o meu sangue.
Senti o ar invadindo meus pulmões,
Senti vida.

Eu que não sinto.
Eu que não choro.
Eu tenho medo da dor.
Mas a chuva não machuca.

E na chuva correndo,
percebi que eu estou no mundo.
E que o mundo está em mim.
Na chuva, vivendo.

- Para Camila