terça-feira, 28 de outubro de 2008

Espelhos



Já não sei onde estou,
Nessa sala de espelhos.
Não dá para saber quem sou,
Com tantos clones semelhos.

Olho para o outro,
e vejo meus olhos com inocência.
São provas silenciosas
de que continua a essência.

Mudo de corpo a cada momento,
Escolho qual me satisfaz.
Com tantas alternativas sem escolhas,
a decisão é fugaz.

Quando entrares na sala especular,
Tenha consigo uma pedra-sorriso,
É tudo que basta para me quebrar.

domingo, 26 de outubro de 2008

De olhos tapados



Sabe aquele garoto,
assim tão sem-graça,
com sorriso no rosto,
querendo não magoar ninguém?

Ele é daqueles garotos,
que se tiver algum,
não têm muitos talentos,
nem muitas habilidades.

Sabe aquele rapaz?
Aquele que é forte e valente?
Na verdade é aquele garotinho.
Que chora quando está escuro,
Que chama sua mãe quando quer carinho.

É aquele rapaz que diz coisas sem sentido,
que ninguém parece entender - ou finge não entender.
É aquele rapaz que tapa os olhos para ver um caminho.
Na fiel esperança,
De que o caminho irá tapar o garotinho.

Sabe aquele rapaz?
Que é garotinho?
Só deseja um sorriso,
Fora isso,
Tape os olhos,
e veja novos caminhos.

sábado, 18 de outubro de 2008

O que você faz?



Chegado o momento,
Nenhuma invenção humana causou bem a natureza.
Nenhuma ação foi pensada racionalmente.
Nenhum pensamento humano respeitou o ambiente.
Um lápis simples dizima florestas,
Uma roupa polui águas e mata animais.
Nada respeita a troca equivalente.
Nenhum alimento industrializado alimenta.
Apenas mata, aos poucos.
Mas é o que se tem para comer.
E o que vai acontecer?
Quem vai parar o sistema?
Rezo para que a morte seja rápida, e sem dores.
Para mim, para as plantas e animais, e para vocês.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Medo


Sinto medo.
Pronto estou dizendo, o que sinto agora.
Um medo não sei de quê, vindo não sei de onde, de uma presença que persegue por todos os cantos que se vá.
Mas é o que me estimula. Medo não é covardia. Covardia é ser subordinado a ele.
Mas creio que o medo vem das coisas novas.
Você teme pessoas que não conhece, lugares que não conhece, comidas que não conhece.
Caracterizado. Entende-se o medo.
Agora é possível lidar com este fantasma.
Abrace-o. Arrisque-se.
Não vim aqui dar dicas de como lidar com o medo,
e hoje tão menos para escrever versos.
Vim me organizar.
Entendi o medo. Espero que tenha entedido também.

Vem comigo?