domingo, 8 de junho de 2008

Pedras

Esse é o canto dos que não choram.
Esse é o canto dos que são silenciosos.
Esse é o canto dos que amam.
Esse é o canto dos corações dolorosos.

Talvez seja a hora de puxar os cabos,
Não mais ser útil para miragens.
Poder sentir-se uma pedra,
Como realmente se é.

Talvez esteja muito frio,
Porque já "em-pedre-ci".
Não creio mais em pessoas.
Sou o mais feliz por ter a quem amar.
Sou o mais feliz por ainda ter quem me ama.

Sinto que tudo sou eu.
Tudo que existe, existe porque eu existo.
Quando eu deixar de existir, tudo será vocês que ainda existem.
E quando vocês morrerem, não haverá um tudo.
Mas também não haverá o nada.
Porque tudo não são apenas pessoas.

Sinto hoje uma necessidade de ignorar aquilo que sei,
Acreditar nas pessoas,
Poder confiar minhas palavras a um coração bondoso.
Ao invés de uma folha de papel.

Não quero versos rimados, matematicamente calculados,
de matemática já basta a vida,
quero a essência das lágrimas de um coração,
soadas como poesia.

Quero que tudo que o homem construiu se destrua,
Quero apenas a noite, o mar e a lua.
Quero que todas as verdades sejam abolidas,
Quero apenas a inteligência nua.

Mais que versos cantados a uma solidão inexistente,
Quero um olhar inocente.
Quero um coração que me entenda.
Quero morrer contente.

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