É março, é outono.
É o nublado, o frio.
Chuvas incansáveis e finas.
É o vazio, o aperto no peito.
É lembrança, é fotografia.
É som do vento na janela.
Dos filmes nas tardes de domingo.
Das missas das 7.
Dos sorrisos jovens.
Me paro e me questiono,
Terei nascido velho?
Sou um jovem atípico.
Daqueles que gostam de bons livros,
De água sem gás, ou uma coca-cola gelada.
Que gosta do carinho, com retorno amanhã.
Escuto Bossa, Guns'n'Roses e Chopin.
Estudo engenharia e faço poesia.
Sou um eterno outono.
Por vezes o frio aparente,
ou o calor das lareiras.
Mas assim, sempre meio apagado,
Meio nublado.
Não sou triste.
Sou assim, porque sou.
Devo ter nascido com algum neurônio desconectado.
Ou conectado errado.
Já criei várias teorias tentando me explicar.
Mas vejo que pessoas são inexplicáveis.
Mais uma vez, me pego escrevendo sobre mim.
Diria, um assunto desinteressante.
Em 6 bilhões de pessoas no planeta,
Essa é mais uma das tentativas de entender apenas uma.
Sem resultados.
No meio desse formigueiro humano,
Sou uma formiga diferente.
Que quer fazer a diferença.
Que diferença?
Talvez seja questão de outros outonos.
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