domingo, 22 de novembro de 2009

Troféus

Hoje vaguei pelas ruas,
Soprei versos como orações.
Resmunguei sentimentos em cochichos.
Me culpei, para depois me perdoar.
Paguei uma bebida a um moribundo.
Escutei seus problemas, joguei cartas.
Depois enchi meu saco, fui embora.

Procurei uma lua no céu nublado.
Suspirei o ar quente da madrugada.
Cumprimentei acenos das prostituas.
Tentei me provar que elas eram boas moças.
Ingênuo.

Tentei dormir, em vão.
Rabisquei papéis, abri a geladeira.
Me embebedei - com coca-cola.
Seria tão mais fácil a vida,
Tão mais simples e menos confusa,
Se você estivesse comigo.

Não preciso de troféus.
Nunca precisei. Nunca os tive.
E nem procuro os ter.
Sou simples, por isso tão complexo.

Talvez por isso, eu esteja aqui.
Escrevendo assuntos íntimos.
Mas que nem por isso, secretos.

Troféus... Ah! Como são dispensáveis.

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