As piadas já precisam ser muito boas para roubarem minhas gargalhadas, e quanto ao meu humor, normalmente eu preciso de me lembrar de sorrir.
As festas e bebedeiras perderam totalmente a graça, se tornaram cansativas e infantis.
Já não debato minhas convicções com pessoas que pensam diferente.
Vivo pensando em fugir para um lugar onde não tenha ninguém (exceto minha família e namorada). Onde eu possa descansar do dia-a-dia.
Sinto que me afastei dos meus amigos - e bilateralmente, eles se afastaram de mim. Talvez porque agora começam a ter suas namoradas(os), esposas (maridos), trabalho e filhos. Ou porque simplesmente fiquei velho e chato.
Sinto-me mais amargo e mais cinza.
As vezes percebo que minha habilidade de comunicação também se esvai. Demoro mais para iniciar uma nova conversa ou para puxar um assunto interessante - muitas vezes já nem puxo.
A ambição por dinheiro e conquistas materiais se anulou. Não vejo graça nenhuma em pessoas que ostentam um jaguar, ou iate. Hoje os valores do dinheiro para mim são o de manter uma casa confortável para que eu e as pessoas que amo possam descansar, o de poder viajar e conhecer novos lugares, o de me alimentar bem. Resumindo, o de manter uma qualidade de vida, sem excessos.
A política do Brasil me deixa profundamente revoltado, e aumenta minha sensação de impotência.
Me revolta a falta de educação (em todos os sentidos) da grande parte do povo Brasileiro - que cada vez mais parece mais mesquinho, egoísta.
Já não me sinto mais importante, como me sentia quando mais jovem.
Acredito que meus (poucos) talentos sejam bem comuns, e que não fazem falta a ninguém.
Aos 25 anos, sinto que minha alma envelheceu.
Já me perguntei a razão da vida, e como resposta ganhei uma poltrona de ônibus nos dentes da boca (e mais uma vez sobrevivi a um acidente). Seja lá o que esta resposta quis dizer, entendi que é melhor não se perguntar muito, e viver o que tem que ser vivido.
Assim continuarei a viver dia após dia.
Um velho em um corpo jovem.
Um velho em um corpo jovem.
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