sábado, 7 de janeiro de 2012

Astronauta


Acho que ando um pouco desiludido,
como se o tempo corroesse meus sonhos,
assim como o ferro que corrói no tempo.
Também não quero assumir nada que me faça pensar demais.
Quero ir passando de porta em porta do meu eu,
entrando em cada canto,
Revirando tudo que já conheço,
E iluminar os quartos que ainda estão escuros.

Quero continuar guardando as fotos dos meus entes queridos - vivos ou não,
e queimar todas as figurinhas e pôsteres daqueles que são apenas ilusões.
Gosto do meu silêncio interior, da minha conversa comigo mesmo.
Mas é que eu sei o que eu vou responder, a cada pergunta que faço pra mim.
Jogar xadrez você mesmo, pode ser algo interminável.
Mas se eu ganhar ou perder, quem ganha e perde sou eu.
Ganhando e perdendo na mesma jogada.
Uma forma de continuar sendo zero.

Sinto que a cada dia, vou me isolando mais.
Não que eu não tenha amigos, família e amantes.
Mas existe um grande espaço entre mim e todos eles.
E de uma forma doente eu mantenho este espaço.

Talvez se eu fosse um astronauta perdido no espaço,
Eu me encontraria.
E ao me econtrar, ficaria sozinho.

Nenhum comentário: