Aos poucos vou perdendo,
Um pouco de tudo.
E de pouco em pouco,
Não terei "tudo" para perder.
No meu circo já não tem palhaço,
porque pra ele já não tem mais riso.
No meu hospício não tem mais loucos,
porque pra eles já não tem salvação.
No meu inferno não existem demônios,
cansaram-se da falta de ação.
No meu quadro, não tem mais cor.
No meu violão, não sai som.
No meu poema, não tem amor.
Na minha voz, não tem tom.
Um dia meu tudo acaba.
Um dia canso de brincar de ser forte.
Por ora, sou insistente.