quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Conselho

Garota, ouça um conselho.
Entenda-o por absoluto.
Como um reflexo no espelho,
É um poeta fajuto.

Um poeta não tem sentimento.
Todas as palavras são forjadas,
Em um intrínseco fingimento,
Todas jogadas são armadas.

Uma ilusão em curto prazo,
O poeta precisa do teu amor.
Maldito seja tal parnaso!
Enganando-te sem nenhum labor.

Mas garota, não o tenha com ódio.
Poetas são garotos grandes a brincar,
As conquistas baratas são o pódio,
Para aqueles que não aprenderam a amar.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Versos errantes

Quando meu caos chega ao fim,
fico perdido na calmaria.
Acabo pensando em mim,
E nas filosofias de padaria.

Defino cores para histórias,
Sons para imagens na parede,
Apoiando-me em sutis escórias,
Comendo para matar a sede.

Porque não me satisfaço?
Se ontem mesmo queria ouro,
Agora que o tenho, quero o aço!
Se tenho lã, quero o couro.

Se tenho verde, quero vermelho.
Quando tive livros, quiz televisão.
Quando tiver um cão, terei um coelho.
Quero a moça do meu coração.

Complexos algoritmos pensantes,
Exorcizando demônios em versos rimados,
Versos insones, fúteis e errantes.
Sentimentos secos, sentimentos molhados.

domingo, 6 de dezembro de 2009

Mal acompanhado

Me sinto tão vazio,
dentro de alguns olhares sorridentes.
Por vezes me sinto tão inútil,
em gestos de amizade e confiança.
Me sinto tão sozinho,
Dentro de fortes abraços.

É tudo tão claro.
E fica tudo tão no escuro.

A vida imitando a arte.
As pessoas fazendo teatro.
Dançando a valsa de um baile de máscaras.
Já dizia o velho ditado:
Antes só,
Do que mal acompanhado.